quinta-feira, 28 de junho de 2012

As lindas tardes

Eu vejo as lindas tardes, sinto nelas
A natureza a todo o amor propensa...
As luzes do poente em aquarelas
Pintam nos céus Afrescos de Florença

O vento sopra manso nas janelas
Das casas... toda paz se torna imensa!
Pergunto pro meu ser que sonho anelas?
No que meu coração aflito pensa?

As tardes são alegres, são felizes,
Sem dores, sem sofrer, sem cicatrizes,
Mas nelas eu me sinto agonizada...

São como Catedrais com todo o encanto
E a minha vida noiva abandonada
Chorando dentro delas, tanto, tanto!...


Claudia Dimer

Teus Passos

Tu passas, meu amor... te ver anelo!
Tu passas sem me olhar... que dor cortante!
E eu fito o teu andar altivo e belo
Com olhos de criança mendicante

Tu passas desprezando-me constante...
Qual chama de algum astro... e eu me gelo!
Meu sonho morto nos teus passos velo
Num fúnebre prantear angustiante.

Tu passas... são teus rastros um desenho
E assim, roubando todos, triste venho
Formando no meu ser amargos traços...

Olha pra trás e vê no pó da estrada
A minha vida, louca, agonizada,
Seguindo de joelho estes teus passos!...

Claudia Dimer