quinta-feira, 25 de abril de 2013

Soneto sem fim

A minha dor não tem um fim, não tem!
Eternamente fez em mim morada.
E chora essa minha alma entre o desdém
Um choro de criança abandonada.

Não a conheço ou sei de onde é que vem,
Procuro a causa e não encontro nada.
Talvez ela me venha de ninguém,
De ser ninguém, ou de não ser amada.

Se um instante, de mim se compadece,
Fica invisível como o Arlequim
Mas, para me zombar reaparece!

Eu trago tanta dor dentro de mim
Que a expressaria apenas se eu fizesse
Um Soneto que não tivesse fim!...

Claudia Dimer