quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O NASCER DO DEUS MENINO

Cantam anjos celestes; ouço o hino...
Paira gloriosa a estrela de belém!
E a mão materna ào ninar divino
Tráz a criança. Eis o amor e o bem!

No rosto de José o riso... o sino
Tocou nos corações da terra além...
Vê-se o primeiro olhar do Deus menino
Fitando sua mãe... a paz lhe vem!

Pra salvação findou-se o empecílho...
Maria abraça o Cristo num segundo
E ao ver em seus olhinhos tanto brilho

Talvez pensou, num suspirar profundo;
'Quem dera nunca me deixasses, filho...
Quem dera não morresses pelo mundo!'




Claudia  Dimer

DESCRIÇÃO DO AMOR

Te amo tanto assim e não te falo;
Pois que emudeço ante a tua imagem!
Meu olhar serve então de outra linguagem
Pra te falar de amor quando me calo.

E o quê dizer do amor, como explicá-lo?
É o paraíso, oasis ou miragem
Que a alma no corpo, apenas de passagem,
Encontra a vida plena ao encontrá-lo...?

É o bem maior que almejo com tal zelo,
Completa paz que o ser idealiza,
Mar de emoção de sonhos já submersos...

Só sei sentir mas não sei descrevê-lo,
Quem dera eu ter nascido poetisa
Pra te expressar o amor em simples versos!




Claudia Dimer

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

QUEM EU SOU

Eu sou no mundo a própria desventura...
Do amor; a rejeitada. Sou aquela
Que hoje é nem tão jovem, nem tão bela,
Penumbra do viver, sou noite escura.

Sou fim de uma esperança e em tortura
Os meus olhos se cansam na janela
Olhando a longa estrada desta cela
Que é minha existência sem ternura.

E ainda mais elevas meu tormento
Com teu despreso amargo e assim tão vil...
Afirmas que nem lembra mais quem sou;

Se te esqueceu... Prazer! eu me apresento:
Sou a mulher mais cega que existiu;
Eu sou aquela tola que te amou!




Claudia Dimer

OLHOS AZUIS

Teus olhos tem o azul do imenso mar!
Teus olhos são dois anjos soluçantes
Prostrados ante os deuses dos amantes
Rogando pra esse amor não se acabar.

Vou na cor destes olhos flutuar...
Levada a paraísos rutilantes,
Amando loucamente... jamais antes
Vía tons azulados de um sonhar.

Teus olhos me são jóias presenteadas,
Labaredas azuis de um fogaréu!
Varíam nas nuances e matiz;

Reluzentes safiras lapidadas,
Dois cristais refletindo a cor dos céus,
No dia a fulgurar; dois sóis anís!




Claudia  Dimer

MAIS QUE TOTALMENTE

Te amo muito mais que totalmente.
Te amo mais que a lógica permite,
Muito além da barreira do limite,
Sem normas, sem querer ser coerente.

Te amo além da compreensão da mente,
Te amo mais que o amar nos admite,
Sem razão, argumentos, sem convite
Pra sonhar... sem fronteiras... loucamente!

Te amo! achar palavras não consígo
Pra falar da paixão que me é tão linda...
Mas nesta poesia assim prossígo;

Te amo que o expressar até me finda
E se a expressão se finda, apenas digo:
Não sei se te amo assim ou mais ainda!




Claudia  Dimer

O QUE É AMAR

Amar é não entender qualquer razão.
Amar é infinito, é em sí conter
Um mar de amor em ondas de prazer
E se encontrar perdido na paixão.

Amar é plenitude e na emoção
Tocar a fantasia do viver...
É sempre mais sonhar, bem mais querer,
Desejo que ultrapassa a compreensão.

Mas, as vezes, amar é ouvir o Adeus
Numa dor que vai a alma sufocando
Como um punhal no peito a nos sangrar...

É então querer morrer... Gritar aos céus...
Ver toda a nossa vida se acabando
No fim do amor e ainda assim... amar!



Claudia Dimer

MINHA CIDADE

Minha cidade Porto Alegre amada
Que eu vim ao mundo em tí, por tuas mãos...
Trazes em tí felízes cidadãos,
Tens uma noite mais iluminada!

Em teus lugares surge minha estrada,
Sem teus caminhos vago em rumos vãos...
Ipês, Paineiras se erguem dos teus chãos
Tornando tuas praças encantadas.

Nesses teus ares paira a liberdade
E esse teu rio corre mais além...
Tens o aconchego, o afeto, a amizade

E uma beleza que outra igual não tem;
Tu tens um porto alegre de verdade
E um Por-do-Sol que é teu, de mais ninguém!



Claudia R. Dimer

Pranto dos anjos

Dentro de mim, a chuva lembra morte...
No céu tão triste enquanto vai chovendo,
Penso que tantas nuvens vão morrendo
Pra que uma planta seca tenha sorte.

Oh! meu amor, quem dera o vento norte
Que trouxe a chuva, fosse assim trazendo
Um beijo teu que fosse me envolvendo.
Pois o barulho dessa chuva forte

Parece o hino de um coral imenso
Desafinado e pobre em seus arranjos
Desentoando a perturbar meu ser...

E refletindo em nostalgias, penso
Que a chuva é o pranto de milhões de anjos
Que presenciaram nosso amor morrer!





Claudia  Dimer

MEU MAL

Amor, eu tenho a alma mais aflita
Que o espirito dos ébrios esquecídos...
Eu tenho as amarguras dos vencídos
E a ansia sufocante que em mim grita.

Ostento a chaga cruel e a dor maldita
De um mal a torturar-me. Quão sofridos
São meus segundos! E entre sonhos ídos
Um mar de angustia e pranto em mim se agita.

Tento entender meu mal e não consígo;
Se é predestinação... de um mundo antigo,
De mil reencarnações, de outro viver...

Será carma, destino ou é castigo?
Parece até que já nasceu comigo
Este mal que é te amar e não te ter!





Claudia  Dimer

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

NO PRINCÍPIO ERA O VERBO AMOR

No teu princípio fiz teu céu e terra;
Teu mundo era sem forma e tão vazio
Fiz paz fluir em tí tal como um rio,
Criei em tí a luz que a vida encerra.

Tua alma era um caos de interior guerra
Entre a esperança e a dor de um choro frio,
Fui deusa da paixão que te sorriu
E a verdade do amor que nunca erra.

Moldei meu universo no teu ser,
Com astros de prazer o iluminei
Mas hoje desprezaste quem te amou;

Deixaste o coração teu se esquecer
Que erguido pelo amor que te ofertei,
Do pó da solidão se levantou!




Claudia Dimer

TEUS OLHOS

Te conhecí num belo entardecer...
E os teus olhos me olhavam tão profundo
Que eu nem ví mais a hora, a tarde, o mundo,
Que eu só ví a paixão no teu 'me ver'.

E a tarde nesse sonho quis morrer...
Morreu do beijo a sede em um segundo
E o mar das emoções levou ao fundo
Os nossos corações. -  Como esquecer?

E a noite nos chegou como eu sonhara;
De encanto... Oh! que noite linda e clara!
Estrelas incontáveis cintilavam...

E a lua de um clarão forte e bonito
Preencheu o céu, a terra, o infinito,
Mas os teus olhos mais me iluminavam!




Claudia  Dimer

PRANTO DE SAUDADE

À noite quando a escuridão se estende
Eu choro e vou aos prantos me esvaindo,
Sofrendo por alguém que está partindo,
Eu choro e só a noite me compreende.

Meu ser inerte a essa dor se rende
E as lágrimas contidas vão caindo...
Parece que um abismo está se abrindo
E ao meu sofrer nenhuma luz se acende.

Não sei como da angustia mais fugir,
Amigos já não querem mais me ouvir,
Nimguém pra responder minhas perguntas...

E é tanta a dor imensa que me invade
Chegando ao céu meu pranto de saudade
Que a noite abraça a lua e choram juntas!




Claudia Dimer

NÃO SEREI FIM

Quando enfim me envolver o último instante,
Quando se apaga o riso, finda a aurora,
Quando o caminho fecha, some o agora
E a vida diz que já nos foi bastante...

Eu hei de estar num mundo mais adiante
Mas não serei a dor de alguém que chora,
Nem a tristeza amarga dessa hora,
Nem a lembrança breve e tão distante.

Não serei fim 'ausencia de alegria'
Nem solidão de alguém que sofreria,
Nem o cessar dos sonhos que são meus...

Serei toda a palavra que escrevia,
Minh' alma transformando-se em poesia
Trará o encanto até perante Deus!



Claudia R. Dimer

O RIO

Nunca esqueço na infancia o lindo rio
No qual alegremente eu me banhava,
Ele era o meu amigo tão gentil
Que à tardinha o meu sonho acalantava.

Às suas margens ví o céu anil,
Olhava a correnteza e me encantava...
Talvel aquele rio pressentiu
Que correr  igual a ele eu desejava.

Mas eu crescí... ah! rio, eu te deixei!
Eu também quis correr ao meu destino
P'ra  adquirir vivências uma a uma...

Como tuas correntes me lancei;
Lutei quase num louco desatino...
Corrí mas não cheguei à parte alguma!





Claudia R. Dimer

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

BATALHA DO AMOR

No jogo do prazer eu te resisto;
São armas teus olhares sedutores
E eu frágil, desarmada de pudores
Mas em não me entregar ainda insisto.

Reluto em meus anseios e me visto
Do medo e timidez meus defensores
Os quais são derrotados por calores
De um beijo ardoroso e imprevisto.

E tua cama então torna-se a arena
E eu deixo me vencer pelos teus beijos
Já presa em teu poder de sedução...

E a força do meu 'não' já é pequena,
Meu corpo nú se rende aos teus desejos,
Vencido pela força da paixão!




Claudia R. Dimer