sábado, 21 de junho de 2014

Fortes laços

Tristeza, não me deixes! Que eu consiga
juntar os passos teus rente aos meus passos...
Lembrar contigo uma alegria antiga,
paixões frementes, tórridos abraços...

Eu sou a irmã das dores, dos cansaços,
órfão que o mundo vê mas, não abriga...
De tanto andarmos juntas, fortes laços
criamos... Ó tristeza, grande amiga!

Existe um coração igual montanha
erguendo o Sol ao dorso em luz tamanha
mas, a montanha é pedra bem no fundo...

Rosa estranha de eternos roseirais -
tristeza! És tão sincera, vales mais
que todo o riso falso deste mundo!

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Boa noite...

Razão

Formou-se o Universo - o largo Estudo
humano explica que um motivo existe...
O céu, a Terra, a Lua, o Sol e tudo
tem um "porquê" na criação. Ouviste?

Surgiu a vida - um bem no qual me iludo...
Surgiu a morte para eu ser mais triste!
E fez-se o Mar e o vento em som agudo...
Onde há explicação que me conquiste?

Formou-se a chuva para a plantação,
e o amor para quê? Para a ilusão
que torna o meu viver fatal tolice!...

"Para tudo há razão". Quem foi que disse?
Meu existir teria uma razão
se dentro do teu sonho eu existisse!

Claudia Dimer

sábado, 31 de maio de 2014

Ouvi algumas pessoas dizerem que não gostam de ler poesia Clássica ou Sonetos de Poetas do passado, por que este estilo de Poesia tem muitas palavras e interpretações difíceis.
Devo concordar com isso pois eu mesma já li e reli varias vezes os Sonetos de Camões pra poder entender o que o Poeta estava querendo dizer.Eu não sou uma grande Poeta mas morro de medo que os leitores não consigam interpretar meus pensamentos e idéias em um Soneto...rsrsrsr

Vou traduzir um verso de um Soneto meu, antes de postá-lo, uma pequena ajudinha para o leitor entender as minhas idéias Poéticas;

O verso é o seguinte:

"Dorso do Mar que o Altivo céu sublinha"

Interpretando:

Dorso: Costas ou parte superior de alguma coisa
Sublinhar: Passar um traço, uma linha por baixo

Então as costas do mar (dorso) Aquela linha que separa o mar do céu é o dorso do mar e o dorso do mar é um traço, uma linha que sublinha o céu.Então as costas do mar é uma linha, um traço que Sublinha, que faz um risco debaixo do céu.


Adejam, níveos, neste teu olhar

Adejam, níveos, neste teu olhar
Traços da Auréola que ao Luar se alinha...
Ah! Eu nasci com gestos de Rainha
Pra teu olhar, sofrente Mendigar!

Teus olhos fitos; lago a se esplainar,
Dorso do Mar que o altivo céu sublinha...
Eu vejo a minha dor, eu vejo a minha
Mísera vida alheia ao teu visar!

É teu olhar o alvorecer do dia,
Raios de Sol que a primavera envia
Sobra a alvura de Lírios e Magnólias...

Fecha os olhos, amor, por um segundo,
Verás a escuridão que há no meu mundo
Se busco o teu olhar e não me olhas






terça-feira, 6 de maio de 2014

A menina e a porta

Cortava a lenha o pai... Recordação
Do antigo lar. Sorria, era pequena.
A sua mãe à beira do fogão
Cantarolava uma cantiga amena.

Crescia. A juventude uma ilusão...
O mundo, imenso mar de emoção plena!
Da casa a porta abria e via então
Um rumo, algum sonhar que ao longe acena.

Na casa humilde o amor sempre a envolvia,
A porta era tão velha mas, se abria
E abrindo, foi em frente... o olhar em riste...

Seu rumo hoje é seu lar na nova vida,
Se chora, vê que a porta de saída
Ou sempre está trancada ou não existe.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Por quê?

A Rosa não indaga: Por que findo?
Não pensa o animal: Por que é que morro?
A rocha à beira mar não diz: Socorro!
Quando lhe açoita a onda em ritmo infindo.

Não chora a tarde quando está sumindo!
Não se pergunta o tempo: Por que corro?
Nem diz, a fonte muda: Por que jorro
Sempre incansavelmente e ressurgindo?

Por que surgi no mundo? Um ser pensante,
A indagar a vida  todo instante,
Querendo enxergar mais do que se vê!...

Minha sabedoria é meu pavor!
Por que sou uma alma sem amor?
Por quê? Por quê? Por quê? Por quê? Por quê?!...

Claudia Dimer

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Adoração

Ouço teu nome, surda ao som dos ares,
Meu lábio é emudecido de falar-te,
Não mais te enxergo, louca, em toda a parte,
Pois te escondeste em mim, em meus sonhares!

Meu ser anda encontrando teus lugares
Perdidos...dou a vida ao adorar-te!
Livro mais lido não possui a Arte
Perfeita mais que a letra em teus olhares!

Toda a existência morro, tudo morre,
Quando medito nisso o amor percorre
A veia do infinito e em tons ateus

Te elevo um canto e digo resignada:
Ah! Posso pelos céus ser condenada
Por amar-te bem mais que ao próprio Deus!

Claudia Dimer


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Natal de Sonho

Natal de Sonho

Lembro o Natal nos tempos de menina
Pleno de sonho, riso e paz completa.
Um Presépio na igreja e numa esquina
Alguém doando a bala predileta.

Família reunida, a fé divina,
A mesa humilde, mas, de amor repleta.
A espera de um brinquedo que fascina
(A tão sonhada e amada bicicleta)

Hoje meu ser, ou pensa, ou mesmo vê
Que uma esperança já me disse Adeus
E que o Natal, de sonho está ausente;

Tão sem sonhar, que até parece que
Papai Noel tomou os sonhos meus
E foi distribuindo de presente...