domingo, 20 de março de 2011

MORTE TEMPORÁRIA

O sol se deita em leito de tristeza,
A noite desce envolta em negro pano...
Se a claridade mostra uma certeza,
Na escuridão mais vejo o meu engano!

Sob a penumbra as casas são silêntes,
A rua é temerosa e solitária
Com meus olhos cansados e dormentes
No sono busco a morte temporária.

Apague a luz!... Ó noite, apague os astros!
Quero dormir e em sonhos ver ao mar
Brancos navios a vela e altos mastros,

P'ra além da realidade navegar...
Igual criança ingênua que se deita,
Dormir... sonhar que a vida é tão perfeita!

Claudia Dimer

segunda-feira, 14 de março de 2011

Depois...

                    Ao dia da Poesia


Depois da tempestade vem a brisa,
Depois da noite escura o lindo dia,
Depois da agitação o mar desliza
Sobre um silêncio envolto de magia!

Depois da solidão a compania
Que meu coração busca e prioriza.
Depois que corta a dor a alma incisa
Retorna o alivio; Paz que o amor recria!


Depois do pranto vem todo o sorriso,
Depois do inferno vem o paraiso,
Depois do mal ressurgem bens diversos...

E se fenece, a flor renascerá,
Depois da minha morte surgirá
A minha vida escrita nestes versos!


Claudia Dimer

quinta-feira, 10 de março de 2011

Duas vozes

Eu tenho duas vozes que discutem;
A voz da boca, a outra  interior
E os sons das duas vibram, repercutem,
Uma a exclamar: Razão! A outra: Amor!

Ó tu, luz a descer aos dias meus!
Só queres confundir meu pensamento?
Pois se a primeira voz te diz Adeus
A outra diz: Te amo!... Que tormento!

E as duas vozes seguem murmurando,
Se uma se cala a outra está falando,
Me deixam louca, até me desespero!...

A voz da boca diz: Como eu te odeio!
Mas a interior me grita em devaneio:
Amor, Amor, Amor, como eu te quero!


Claudia Dimer