quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Olha meu rosto

Não geme a rocha às ondas açoitantes...
Não grita a rosa ao vento que a desfolha!
Olha meu rosto, amor, como quem olha
Um lírio mudo aos vendavais possantes.

O teu Adeus é lágrima que molha
Os olhos meus em mágoas sufocantes...
Te sigo perdoando em meus instantes
Até que em paz a morte me recolha!

Sofrer rancor minh'alma não merece.
Quero que brilhes como a luz do dia
Pois que já sou da vida a noite escura...

Elevo minha dor aos céus em prece;
Que Deus te dê em forma de alegria
O quanto que me destes de amargura!

Claudia Dimer






sábado, 12 de novembro de 2011

Sem teu amor

Sem teu amor meus sonhos são distantes...
Não existem Glicínias a brotar,
Há noites sem estrelas, sem luar,
Ruas sem passos, mar sem navegantes!

Meus olhos são crianças mendicantes
Sozinhas pela vida, sem ter lar,
Anelam por visões acariciantes;
Teus beijos ternos, plenos de sonhar!

Os dias nunca voltam, passam, passam...
Teus braços que eu desejo não me abraçam,
Tristonho o Lisianto descolora...

Tem minha dor a imensidão dos mares
E é teu amor sumindo pelos ares
Leve gota de orvalho que evapora...


Claudia Dimer







terça-feira, 8 de novembro de 2011

Migalhas De Ternura

Quem pôs tanta beleza sobre as rosas
Pra serem belas, poucos, poucos dias?
Quem inventou milhares de alegrias
E as incontáveis chagas dolorosas?

Quem une a vida e a morte em nostalgias?
Quem fez os lindos olhos e penosas
As lágrimas que escorrem, grandiosas
As esperanças mortas de agonias?

Se é Deus quem tudo faz, quis me dotar
De ardentes lábios pra jamais beijar,
Querer o sol e ter a noite escura...

Foi Deus quem me deu gestos de rainha
Pra mendigar migalhas de ternura,
Amar, amar, amar e ser sozinha!


Claudia Dimer