No farol sempre vi o tal menino
Como artista a fazer malabarismo...
A imagem do descaso e comodismo
Social. Não teve lar, estudo, ensino.
Mas ele tinha a força, a gana, o tino
De se enfrentar a fome, a dor, racismo...
Pois até hoje eu lembro, penso, cismo;
Mas que bravura tinha o pequenino!
E ele cresceu, cansou... virou bandido...
Ao longe se escutou um estampido;
Seu corpo lá jogado sob o sol!...
Sua morte, sobre as visões politicas
Não se viu nem entrou p'ras estatisticas...
Ninguém lembra o menino do farol.
Claudia Dimer
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